Escola Maria Zara cria horta sensorial para estimular criatividade e facilitar inclusão de alunos
A Escola Municipal Professora Maria Zara Miné Renoldi dos Santos (Ouro Verde) realiza diversos projetos educacionais aos alunos. Uma dessas ações é o Horta Sensorial, um projeto pedagógico que envolve a comunidade, com abrangência social e de inclusão, e é realizado com alunos do 1º e do 2º ano.
Pelo projeto, professores e alunos plantam temperos e ervas aromáticas, trabalhando conteúdos de ciências e também estimulando os sentidos por meio dos aromas das plantas. Os pais dos alunos também participaram de atividades do projeto.
Além de trabalhar os conteúdos de ciências e de estimular as ideias empreendedoras (criativas) das crianças, é possível envolver ainda mais os alunos com necessidades especiais. É o caso da estudante Manuela Vitória, do 1º ano B, do período da tarde. Por meio das atividades de estimulação sensorial feitas com todos os alunos, a estudante, que possui deficiência visual, também adquire maior estimulação dos sentidos, como olfato e tato. A estudante, de seis anos, apresenta muito interesse e curiosidade para aprender. Apesar da pouca idade, ela se expressa muito bem em várias situações. Muito inteligente, ela sempre expressa suas opiniões sobre os mais diversos assuntos. Ela afirmou que “a atividade da horta é muito legal e gostou muito de sentir o cheirinho gostoso das plantas”. Manuela é um exemplo de que a deficiência não é uma barreira para o aprendizado. Aliadas às atividades práticas do projeto Horta Sensorial, também são oferecidas as atividades adaptadas para o formato em braile, para maior acessibilidade e desenvolvimento da autonomia da aluna. O conhecimento do alfabeto em braile está ligado à estimulação tátil, que é sempre trabalhada durante as aulas.
A partir do projeto também é desenvolvida a propriocepção ou consciência corporal (para a criança entender seu próprio corpo no ambiente que a circula) e o estímulo do sistema vestibular (senso de direção, orientação, posição no espaço). Essas atividades são importantes também para a aluna Manuela se localizar no espaço e adquirir autonomia em seu deslocamento dentro da escola. Além do aprendizado, as crianças se divertem e têm um ‘momento terapêutico’ ao ter contato com as plantas e manusear a terra. Elas também refletem sobre a importância das plantas e do meio ambiente.
O professor Adilson Theodoro, da turma 1º B, direcionou as atividades de plantio com os alunos e também fez vivências sensoriais com estudantes e famílias, para conhecer algumas ervas aromáticas e suas propriedades (como erva cidreira, alecrim, hortelã etc). Na iniciativa também foi construída a horta suspensa, utilizando pallets e garrafas pet. Adilson Theodoro conta com o apoio de outros professores. Ele enfatizou que “a educação empreendedora, ou seja, estimular a criatividade dos alunos, é uma atividade escolar no momento atual e que colabora com a inclusão. Assim, o comportamento empreendedor será uma ferramenta para a vida toda”.
A diretora da escola, Clarice Dias, explicou que “o trabalho com a educação deve romper barreiras, deve ser transformador e emancipador. Para isso é necessário um trabalho integrado envolvendo toda a equipe escolar e contar com a parceria das famílias”. De acordo com ela, “é necessária a predisposição dos educadores para aprender e dialogar sobre a educação e seus desafios”.
Os pais da aluna Manuela, Adriane e Vinícius, estão satisfeitos com o trabalho realizado e ressaltaram que “a dedicação dada pela equipe pedagógica da escola está sendo muito importante para o aprendizado da Manuela. Nós, família, estamos satisfeitos com a maneira que está sendo aplicada a inclusão. Pois inclusão não é pedir para a criança se adaptar, é aceitar como a criança é, e adaptar para a condição dela. E isso está sendo feito com excelência por toda a equipe. Agradecemos a todos os envolvidos”.